sexta-feira, 24 de abril de 2009

Reunião de Sábado, 18/04/09 - Um Tesouro Chamado Amigo!

Oração Inicial

Antes de qualquer coisa, sou grato a Jesus por criar a possibilidade de estarmos aqui para amar e ser amados e diante desse Deus render o nosso amor, confessando nossas fraquezas e principalmente para pedir perdão por quem ainda não teve um momento de intimidade, por aqueles que não te conhecem meu Jesus, pelos que ainda não te adoram, pelos que não crêem e pelos amigos que começaram a caminhada conosco e na fatiga do tempo desistiram. Por todos esses dizemos Jesus estamos aqui!

E hoje para que o cansaço não seja maior que nossa fé Jesus nos convida a abrir as portas de nossos corações e dar livre acesso para aquele que é Rei e Senhor governe nossas vidas, realizando prodígios e restaurando tudo o que ainda é meu, tudo aquilo que ainda não depositei nas mãos de Jesus, te peço meu Deus que com teu braço forte me ergas do chão, pois, hoje preciso mais que caminhes ao meu lado, mas que me carregue em seu colo.

Vem Espírito Santo!

Quantos de nós temos vivido apáticos, longe da graça e principalmente sem ânimo, buscando ser preenchidos através de coisas e pessoas que não nos levam para perto de Deus, o ânimo que significa vida, coragem dentre outras coisas é uma das mais bonitas manifestações do Espírito de Deus, sendo assim elevemos nossos pensamentos clamando essa dádiva que vem do céu e como línguas de fogo o Espírito Santo nos envolverá, consumindo e transbordando nossos corações.

Inundados pelo Espírito Santo e com a certeza que bênçãos do céu foram derramadas, cabe a nós renovados, demonstrar através do exemplo de vida o ânimo, a alegria que não vem do mundo e por falar em mundo quantos de nós temos demonstrado uma alegria contagiante nos carnavais, boates e todo tipo de festa, mas quando estamos em um louvor nos sentimos desanimados e envergonhados ao cantar, pular, abraçar e erguer nossas mãos, não sejamos assim irmãos pois a palavra diz; “Porque, quem se envergonhar de mim e das minhas palavras, dele se envergonhará o filho do homem, quando vier na sua glória, e na do Pai e dos santos e anjos.” (Lucas 9,26).

Leitura da Palavra

Lucas 11, 1-13

1 Estava Jesus em certo lugar orando e, quando acabou, disse-lhe um dos seus discípulos: Senhor, ensina-nos a orar, como também João ensinou aos seus discípulos. 2 Ao que ele lhes disse: Quando orardes, dizei: Pai, santificado seja o teu nome; venha o teu reino; 3 dá-nos cada dia o nosso pão cotidiano; 4 e perdoa-nos os nossos pecados, pois também nós perdoamos a todo aquele que nos deve; e não nos deixes entrar em tentação, (mas livra-nos do mal.) 5 Disse-lhes também: Se um de vós tiver um amigo, e se for procurá-lo à meia-noite e lhe disser: Amigo, empresta-me três pães, 6 pois que um amigo meu, estando em viagem, chegou a minha casa, e não tenho o que lhe oferecer; 7 e se ele, de dentro, responder: Não me incomodes; já está a porta fechada, e os meus filhos estão comigo na cama; não posso levantar-me para te atender; 8 digo-vos que, ainda que se levante para lhos dar por ser seu amigo, todavia, por causa da sua importunação, se levantará e lhe dará quantos pães ele precisar. 9 Pelo que eu vos digo: Pedi, e dar-se-vos-á; buscai e achareis; batei, e abrir-se-vos-á; 10 pois todo o que pede, recebe; e quem busca acha; e ao que bate, abrir-se-lhe-á. 11 E qual o pai dentre vós que, se o filho lhe pedir pão, lhe dará uma pedra? Ou, se lhe pedir peixe, lhe dará por peixe uma serpente? 12 Ou, se pedir um ovo, lhe dará um escorpião? 13 Se vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais dará o Pai celestial o Espírito Santo àqueles que lho pedirem?

Eclesiástico 6, 14-17

14 Um amigo fiel é uma poderosa proteção: quem o achou, descobriu um tesouro. 15 Nada é comparável a um amigo fiel, o ouro e a prata não merecem serem postos em paralelo com a sinceridade de sua fé. 16 Um amigo fiel é um remédio de vida e imortalidade; quem teme ao Senhor, achará esse amigo. 17 Quem teme ao Senhor terá também uma excelente amizade, pois seu amigo lhe será semelhante.

Diante das leituras acima primeiramente te pergunto você tem deixado Jesus ser seu amigo? Muitas vezes o inimigo quer que pensamos que devido a nossa condição de pecadores não somos dignos de chamar Jesus de amigo, mas a realidade é que em nosso momento de fraqueza, Jesus demonstra ser nosso melhor amigo vindo em nosso socorro, pois sua missão foi vir ao mundo não pelos justos mas por nós pecadores.

O verdadeiro amigo é aquele que faz a vontade de Deus e leva aqueles que estão a sua volta para conhecer e desfrutar de momentos de intimidade com Deus me permita fazer uma nova pergunta, você tem um amigo assim? Ou melhor, você tem se colocado como um instrumento de Deus e buscado ser esse amigo na sua comunidade, família, trabalho ou escola? Façamos uma reflexão a respeito para podermos responder a Jesus através de nossas atitudes.

Em minha opinião poucas estórias refletem com tamanha simplicidade e amor a amizade de Jesus por nós quanto a vivida pelo personagem Zé, segue abaixo o texto, imagino que seja do conhecimento de muitos, mas ainda sim vale a pena ler.

Um padre passeava pela sua igreja, ao meio-dia, quando decidiu fazer uma pausa e observar do altar as pessoas que entravam para orar. Em seguida, a porta se abriu e um homem adentrou pelo corredor central, o padre franziu a testa enquanto o olhava e notava que não se barbeava há algum tempo. Sua camisa estava esfarrapada e o casaco que usava estava bastante surrado. O homem se ajoelhou, inclinou sua cabeça, depois então se levantou e foi embora. Nos dias seguintes, sempre ao meio-dia, a mesma rotina se repetia. Cada vez que se ajoelhava por alguns instantes, deixava de lado a marmita com o seu almoço. Bem, a curiosidade do padre crescia, e também um receio de que fosse um assaltante, então decidiu aproximar-se dele e lhe perguntar: O que faz aqui? O velho homem disse que trabalhava numa fábrica em um outro bairro da cidade O almoço havia sido a meia hora atrás e ele reservava o tempo restante para orar, e assim encontrar força e poder para enfrentar as labutas da vida. E fico apenas alguns momentos, entende, porque a fábrica fica muito longe daqui; enquanto estou aqui ajoelhado conversando com o Senhor, é como se Lhe dissesse: "Eu vim novamente aqui, Senhor, só pra lhe dizer quão feliz eu tenho sido desde que nos tornamos amigos e o Senhor me livrou dos meus pecados. Não sei bem como devo orar, mas eu penso em você todos os dias. Assim, Jesus, hoje estou aqui Zé só checando. O padre, sentindo-se um tolo, disse a Zé que estava tudo bem. Ele disse ao homem que ele era bem-vindo e poderia vir? igreja e orar sempre que desejasse. É hora de ir disse Zé sorrindo. Agradeceu e dirigiu-se apressadamente para a porta. O padre se ajoelhou diante do altar, como nunca havia feito antes. Seu frio coração se derreteu, aquecido pelo amor, e ali teve um encontro com Jesus. Enquanto lágrimas escorriam por seu rosto, em seu coração, ele repetiu a oração do velho Zé: - Eu vim novamente aqui, Senhor, pra lhe dizer quão feliz eu tenho sido desde que nos tornamos amigos e o Senhor me livrou dos meus pecados. Não sei bem como devo orar mas penso em você todos os dias. Assim, Jesus, hoje aqui estou eu, só checando. Um dia, quando passou o meio-dia, o padre notou que o velho Zé não havia vindo. Percebendo que sua ausência se estendeu pelos dias seguintes, come?ou a ficar um pouco preocupado. Na fábrica, perguntou por ele, descobrindo que estava enfermo. A enfermaria do hospital estava cheia, mas arrumaram uma vaga para ele. Durante a semana em que Zé esteve com eles, mudou a rotina da enfermaria. Seu sorriso e sua alegria eram contagiantes. Divertir e alegrar as pessoas era o seu prêmio. A chefe das enfermeiras, contudo, não pôde entender porque um homem tão gentil e simpático como Zé não recebia flores, telefonemas ou cartas de amigos ou parentes, nem mesmo a visita de alguém. Ao encontrá-lo o padre se colocou ao lado de sua cama, quando Zé ouviu o comentário da enfermeira: Nenhum amigo veio pra mostrar que se importa com ele. Ele não deve ter ninguém com quem contar. Parecendo surpreso, o velho Zé virou-se para o padre e disse com um largo sorriso: A enfermeira está enganada, ela não sabe, mas durante todos os dias em que estive aqui, ao meio-dia Ele está aqui, um querido Amigo meu, que se senta bem junto a mim, segura a minha mão, se inclina em minha direção e me diz: "Eu vim só pra lhe dizer, Zé, quão feliz eu sou desde que nos tornamos amigos e eu o livrei de seus pecados. Eu amo ouvir quando você ora e penso em você todos os dias. Assim, estou hoje aqui, Jesus, só checando.

Continuando, te convido a juntos meditar sobre a letra da música abaixo do Cantor Manoel Baptista, que em um momento de inspiração divina descreve com perfeição o amor e a amizade de Deus por cada um de nós.

Olhos nos teus olhos, vejo o amor que tens por mim a me lembrar. Que nada mais, vai me separar da tua vida. Estou aqui contigo, quero ser sempre seu melhor amigo. Querido contigo hei de estar. Meu filho te trouxe aqui pra te dizer. Que é durante a tempestade que eu mais olhos por você. E não há nada que aconteça e nem que possa acontecer. Não vou desistir de você, não vou desistir de você. Enxergo o teu cansaço. Meu braço está aqui pra te animar. E se às vezes me esquecer meu amor não vai mudar. Não espero que me ame pra te amar. Não espero que perdoe pra te perdoar. Não espero ouvir teu grito não espero os teus sinais Não espero ser meu filho para ser teu pai. Teu sorriso e meu sorriso tua dor é minha dor. Tua vida é minha declaração de amor

Para quem estava presente na reunião ou quem não pode ir, mas que por outro lado teve a oportunidade de fazer o Acampamento Juvenil vai ai uma recordação de bons momentos ao lado de amigos.

Quem me dará um ombro amigo quando eu precisar?E se eu cair, se eu vacilar, quem vai me levantar?Sou eu quem vai ouvir você quando o mundo não puder te entender.Foi Deus quem te escolheu pra ser o melhor amigo que eu pudesse ter.Amigos pra sempre, dois amigos que nasceram pela fé.Amigos pra sempre, para sempre amigos sim, se Deus quiser.Quem é que vai me acolher na minha indecisão?Se eu me perder pelo caminho, quem me dará a mão?Foi Deus quem consagrou você e eu para sermos bons amigos num só coraçãoPor isso eu estarei aqui, quando tudo parecer sem solução.Peço a Deus que te guarde(Que te guarde, abençoe e mostre a Sua face)E te dê sua paz.Amigos pra sempre, dois amigos que nasceram pela fé.Amigos pra sempre, para sempre amigos sim, se Deus quiser.

Por fim, encerro com a oração que os discípulos na leitura do evangelho de Lucas pediram para que Jesus os ensinasse, e lembrem-se ao chamarmos Deus de Pai todos nós assumimos que somos irmãos, fiquem com Deus!

Pai Nosso que estais no céu, santificado seja o vosso nome, vem a nós o vosso reino, seja feita a vossa vontade assim na terra como no céu. O pão nosso de cada dia nos daí hoje, perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido, não nos deixei cair em tentação, mas livrai-nos do mal. Amém.

sábado, 11 de abril de 2009

Feliz Páscoa!

Ontem foi um dia muito especial, assim como hoje o é e amanhã o será! Dias de relembrar que Deus nos criou para a felicidade, para o amor e para o amar. Mesmo assim quebramos a aliança e nos mostramos incapazes de conduzir a nossa própria vida sem depender dos bens materiais, das coisas mundanas e do pecado. Então Deus mandou seu filho para mostrar a cada um de nós que é possível vencer o pecado, vencer o egoísmo, a ganância, a mentira e se fazer digno do céu, por meio do amor e do amar. Jesus provou, a cada dia, que era possível ser feliz por si mesmo, sem depender de nada além do que Deus havia nos concedido. Mas nós o rejeitamos, o humilhamos e o crucificamos. E Ele provou que também é possível, pelo amor, vencer a morte.

No dia de ontem, um dia de reflexão, foi possível notar que a data passa despercebida por muitas pessoas, que aproveitam o "feriado" para muitas outras coisas. A caminho da Igreja, passei por bares onde pessoas bebiam, jogavam baralho, por residências que faziam churrasco, festas. Enfim, parecia ser mais carnaval do que Sexta-feira da "paixão"!
Bom, quem somos nós, ou melhor, quem sou eu para julgar, visto que muitas vezes eu também sou assim. Mesmo Jesus morrendo para provar ao mundo que o amor é maior, se fazendo cordeiro para que pudéssemos ter a retomada aliança com Deus; muitas vezes, sou eu, cada pedra que o atingiu, cada insulto, cada ferida, cada chicotada que Jesus sofreu, sou eu.
Sou eu, muitas vezes, o beijo que o trai, a coroa de espinhos que o fere, a zombaria que o corrói por dentro. Sou eu, por outras tantas vezes, o motivo que o envergonha e o deixa despido diante da Mãe, pois foi por mim que Ele morreu e eu nem ao menos me preocupo em refletir tudo o que passou para que eu pudesse, enfim, abrir os olhos e perceber que Deus existe, que o amor existe que é possível ser feliz.
O Evangelho de João narra que, após o soldado transpassar a lança pelo corpor de Jesus, saiu sangue e água. A medicina ensina que só verte água de nosso corpo quando não há mais sangue. Jesus deu TODO o sangue por nós. E amanhã eu quero ressuscitar com Ele. Não quero mais ser a lança que o feriu, ou a coroa de espinhos, muito menos o beijo que o traiu. Hoje quero ser a fé que o manteve vivo, a força que suportou o peso da cruz e a carregou, a coragem de enfrentar a dor e a paz que o tornou capaz de ser digno do céu. O olhar que perdou, a voz que converteu e a paz que abrandou todos os corações. Quero ser como Ele.
Amanhã é dia da minha páscoa, da minha ressurreição. Dia de viver de novo, de levantar dentre os mortos e ser uma nova pessoa. E é isso que serei, não mais a lança que o feriu, mas o amor que o ressuscitou!



Feliz Ressurreição!


segunda-feira, 6 de abril de 2009

O que da vida não se descreve...

Eu me recordo daquele dia. O professor de redação me desafiou a descrever o sabor da laranja. Era dia de prova e o desafio valeria como avaliação final. Eu fiquei paralisado por um bom tempo, sem que nada fosse registrado no papel. Tudo o que eu sabia sobre o gosto da laranja não podia ser traduzido para o universo das palavras. Era um sabor sem saber, como se o aprimorado do gosto não pertencesse ao tortuoso discurso da epistemologia e suas definições tão exatas.

Diante da página em branco eu visitava minhas lembranças felizes, quando na mais tenra infância eu via meu pai chegar em sua bicicleta Monark, trazendo na garupa um imenso saco de laranjas. A cena era tão concreta dentro de mim, que eu podia sentir a felicidade em seu odor cítrico e nuanças alaranjadas. A vida feliz, parte miúda de um tempo imenso; alegrias alojadas em gomos caudalosos, abraçados como se fossem grandes amigos, filhos gerados em movimento único de nascer. Tudo era meu; tudo já era sabido, porque já sentido. Mas como transpor esta distância entre o que sei, porque senti, para o que ainda não sei dizer do que já senti? Como falar do sabor da laranja, mas sem com ele ser injusto, tornando-o menor, esmagando-o, reduzindo-o ao bagaço de minha parca literatura?

Não hesitei. Na imensa folha em branco registrei uma única frase. "Sobre o sabor eu não sei dizer. Eu só sei sentir!"

Eu nunca mais pude esquecer aquele dia. A experiência foi reveladora. Eu gosto de laranja, mas até hoje ainda me sinto inapto para descrever o seu gosto. O que dele experimento pertence à ordem das coisas inatingíveis. Metafísica dos sabores? Pode ser...

O interessante é que a laranja se desdobra em inúmeras realidades. Vez em quando, eu me pego diante da vida sofrendo a mesma angústia daquele dia. O que posso falar sobre o que sinto? Qual é a palavra que pode alcançar, de maneira eficaz, a natureza metafísica dos meus afetos? O que posso responder ao terapeuta, no momento em que me pede para descrever o que estou sentindo? Há palavras que possam alcançar as raízes de nossas angústias?

Não sei. Prefiro permanecer no silêncio da contemplação. É sacral o que sinto, assim como também está revestido de sacralidade o sabor que experimento. Sabores e saberes são rimas preciosas, mas não são realidades que sobrevivem à superfície.

Querer a profundidade das coisas é um jeito sábio de resolver os conflitos. Muitos sofrimentos nascem e são alimentados a partir de perguntas idiotas.

Quero aprender a perguntar menos. Eu espero ansioso por este dia. Quero descobrir a graça de sorrir diante de tudo o que ainda não sei. Quero que a matriz de minhas alegrias seja o que da vida não se descreve...

Padre Fábio de Melo.

Fonte: http://www.cancaonova.com/portal/canais/formacao/internas.php?id=&e=11279